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21 de junho de 2011

A eleição do novo presidente do Parlamento


O Dr. Fernando Nobre perdeu, por duas vezes, ontem, 20-6-2011, a eleição para presidente da Assembleia da República e retirou a sua candidatura. O Dr. Fernando Nobre colocou em cheque o Dr. Passos Coelho quando afirmou ao Expresso, em 16-4-2011, que «se não for eleito presidente da Assembleia da República renuncio de imediato» ao cargo de deputado e creio que, depois dessa confrontação, o convite para cabeça de lista do PSD por Lisboa só não lhe foi retirado por poder provocar efeito eleitoral negativo. O convite foi uma jogada táctica do tipo Kouchner, mas o convidado revelou-se incómodo. Porém, a contestação interna, de certa maneira, obrigou Passos a manter a iniciativa de o apresentar à eleição e não lhe foi feito qualquer reparo de ter deixado cair o candidato. Como não conseguiu reunir os esperados votos da solidariedade fraterna entre os socialistas, e já se sabia da oposição do CDS (que Passos deve ter evitado compensar com outras cedências ao parceiro de coligação), Nobre teve de retirar a sua candidatura.

O jornal imformaçao , de hoje, avança como hipóteses de candidatura do PSD para o cargo, os nomes de Mota Amaral, Guilherme Silva e Matos Correia. Dos três, Mota Amaral deve ser excluído. Não só porque não se conteve de expressar a sua contrariedade com a escolha de Passos -
«Não passou ao lado um gesto velado do histórico deputado eleito pelos Açores, que, na última fila do parlamento, se levantou em último lugar na ovação que os sociais-democratas fizeram a Fernando Nobre depois da derrota.»
- mas principalmente pelo seu comportamento de protecção ao socratismo na comissão parlamentar de inquérito ao caso PT/TVI (sequela do caso Face Oculta), em 2010. Guilherme Silva seria uma boa escolha e segura. E de José de Matos Correia também me dão boas referências no enfrentamento, durante o Governo Durão Barroso, do socialismo entricheirado no aparelho de Estado. Veremos qual a escolha do PSD e ficamos atentos ao comportamento do CDS, cuja desculpa se esgotou no braço de ferro deste caso.